A importância do novo e do conhecimento traz ferramentas que levam à realização profissional, um dos componentes da felicidade.
Num passado bem remoto, duas assertivas eram vistas como verdades imutáveis: uma carreira era para toda a vida, preferencialmente numa única empresa, e que após os 50 anos era impossível qualquer mudança de rumo profissional pois a “aposentadoria” era algo certeiro.
Que alívio que hoje não é mais assim!
Apesar de hoje vivermos numa constante inconstância, que traz liberdade com muita responsabilidade – o que incentiva talentos a buscarem melhoria via mudanças e aprendizado constante – ainda há muita, mas muita gente mesmo que considera estar velha demais (aos 25 anos pensa se vale a pena estudar Medicina, ou aos 40 empreender) e que não terá mais tempo para fazer uma transição de carreira, arriscar novos horizontes ou mesmo montar seu próprio negócio.
O que bloqueia estas pessoas, além da natural condição humana de valorização da rotina conhecida, é o medo do fracasso, do insucesso e sobretudo da crítica dos pares, aqueles que rodeiam a cada um e tem sua opinião como importante.
Não é tanto o fato de não conseguir, mas ter de lidar com eventuais rejeições já que todos amam os vitoriosos, mas não perdoam os fracassados.
Mudar é algo inerente ao humano.
Mudamos todos os dias, já que nossas células renovam constantemente e, de acordo com os estudos mais modernos da Biologia Humana, somos seres renovados a cada onze meses; entretanto, como paradoxo, quanto mais o tempo passa menos se quer mudar uma rotina estabelecida mesmo se cause descontentamento – e deveria ser o oposto já que a experiência dos anos traria mais segurança para lidar com adversidades eventuais.
Apesar de todos estes obstáculos, as mudanças acontecem como foi visto há dois anos com a paralisação das atividades em escala mundial por uma pandemia – e sim, muita gente teve de se reinventar, a grande maioria com sucesso.
Será que precisa haver um evento externo para uma mudança de rota?
Uma coisa pouco comum no cotidiano profissional é a análise da rota individual: onde se quer chegar e de que forma. Isso explica o volume expressivo de pessoas que se queixam de seus trabalhos quando, às sextas-feiras, celebram como um bálsamo o fim da tarde, o fim do expediente, como sendo o dia da alforria; mas essas pessoas foram obrigadas a serem empregadas das empresas onde trabalham (ou que criaram e lá laboram).
Elas poderiam buscar algo melhor, algo simples porém nem tão fácil. O elemento que complica esta operação traz a resistência ao novo somada a outro aspecto negligenciado: a necessidade de constante atualização. Traduzindo melhor: estudo, aprendizado contínuo para uma melhoria contínua.
Já estamos na segunda década do novo milênio, e pensar em deitar no berço esplêndido do conhecimento adquirido daquela faculdade de vinte anos atrás, ou do curso de especialização da década passada (por vezes com a justificativa pífia que “estudar custa caro” esquecendo da variedade de cursos gratuitos e com baixo investimento) parece algo tão retrógrado quanto a revelação de um filme fotográfico: nada necessário no ambiente atual.
E qual empresa ou executivo quer algo desnecessário para fazer negócios? Creio que nem a própria pessoa desatualizada busca ter parceiros comerciais que ainda sonham com o passado se queixando da modernidade que o futuro – o hoje – representa.
Não importa como está o emprego hoje, todo profissional consciente de sua carreira precisa mudar, reinventar sua caminhada mesmo que não deseje sair do trabalho onde está, ou do negócio que criou e vai fluindo bem.
A máxima “time que está ganhando não se mexe” cabe pouco num ambiente cada vez mais desafiador e que instiga tantas oportunidades a quem tiver atenção e um pouco de coragem (ou seria humildade?) para aprender, jogar o orgulho no lixo e dar de ombros a críticas pois terá pela frente um oceano de oportunidades por estar aberto ao novo e ao que precisa ser mudado. Se mudamos nosso corpo, se o universo se expande constantemente, não cabe viver numa estática.
O rumo, a rota da carreira precisa singrar mares de satisfação, realização e propósito que pedem, não um barco forte, mas firmeza para mudar e aprender constantemente.
Mudar é preciso, aprender é preciso, pois a realização precisa vir de algo maior: a melhoria contínua, o progresso que é feito por cada um – numa viagem na qual o melhor não está no fim, mas no processo, na trajetória, na caminhada – até porque a vida é isso, uma viagem infinita permeada por desafios que fazem a felicidade.
Fonte: Contábeis
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